Desde maio deste ano, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) implementou um sistema de análise de pedidos de aposentadoria novo, que funciona através de uma Inteligência Artificial. Basicamente, ela avalia os casos submetidos à Previdência Social individualmente, mas tem causado algum desconforto frente os segurados.
Quer entender o que está acontecendo e por quais motivos o chamado robô do INSS não está deixando muitas pessoas satisfeitas? Então continue nos acompanhando logo abaixo!
Fila do INSS diminui, mas indeferimentos aumentam
A princípio, o robô do INSS é um programa de computador que filtra as informações que chegam ao órgão e decide se nega ou concede benefícios com base nos dados dos segurados. Apesar de parecer um sistema muito útil, o resultado da implementação dessa tecnologia não tem sido muito satisfatório.
Para se ter ideia, de 200 mil aposentadorias requeridas todos os meses, apenas 50 mil são concedidas de forma automática pelo sistema de análises. Ou seja, a cada quatro pedidos, três são negados pelo robô. Somente no primeiro trimestre desse ano, de acordo com dados do 27º Boletim Estatístico da Previdência Social (Beps), o INSS chegou a negar 1,14 milhão de solicitações de aposentadoria.
Ainda, outro dado aponta que o instituto negava, em média, 3,4 milhões de pedidos por ano no país, entre 2012 e 2018. Entretanto, desde 2019 os indeferimentos passaram para 4,4 milhões ao ano, o que mostra que o endurecimento da análise administrativa tem sido uma política institucional do órgão.
Mesmo que a implementação da tecnologia de análise tenha diminuído bastante o tempo de espera para análise das solicitações, já que trabalha mais rápido do que os servidores, ela também pode ser vista como responsável pelo aumento no número de indeferimentos. Esse resultado também repercutiu na quantidade de recursos apresentados pelos segurados que tiveram os pedidos indeferidos, o que aumentou o prazo do pagamento das aposentadorias.
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Análise realizada pelo robô é superficial
Ademais, para uma análise justa e eficiente dos pedidos de concessão de benefícios previdenciários, é fundamental realizar uma análise pormenorizada da situação de cada segurado. Contudo, o robô do INSS somente leva em consideração as informações fornecidas no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS).
Ou seja, situações que demandam provas, como tempo de atividade rural, tempo de trabalho como professor ou até tempo de atuação em atividade especial podem acabar sendo sendo ignoradas, o que implica em sérios prejuízos aos segurados. Por isso, a orientação a quem solicita é reunir o máximo de documentos possíveis, a fim de demonstrar corretamente que preenche todos os requisitos para se aposentar.
Vale lembrar que a busca por auxílio jurídico pode aumentar ainda mais a chance de concessão dos benefícios, pois um advogado pode prever as respostas necessárias para suprir as lacunas com preenchimentos mais adequados de informação que vão “agradar” a máquina.
Dito isso, é bom reiterar que o uso da tecnologia não é ruim, pelo contrário, ela ajuda a otimizar o tempo e facilitar os processos, mas a definição dos parâmetros de análise não parece muito correta, visto que está dificultando a concessão de benefícios para segurados.
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Via > Pronatec Pro