Carta Psicografada de Elis Regina. A morte precoce da cantora Elis Regina, aos 36 anos, por overdose de drogas, mexeu com o país inteiro. Há sites que dizem até que o espiritismo era a religião seguida pela cantora antes de morrer, chegando até a psicografar cartas e fazer shows beneficentes em favor de instituições sociais.
Dois sites, Louren Junior (webnode) e Tudo da Doutrina (blogspot), postaram duas cartas supostamente escritas pela cantora, e numa delas, ela diz que percebeu todas as suas imperfeições depois de morta. “Todas as minha vaidades, arrogâncias, indiferenças, todas as minhas chatices”.
Após morrer, ela conta que acordou em um lugar cinzento, com o corpo todo cheio de cortes, se sentindo suja e fedida. “De repente gritei, chamei pela minha filha. Pensei logo nela após ter percebido estar em um lugar esquisito”, relatou a artista, desesperada.
Em outra carta, ela agradece a todos os espíritos pelo seu discernimento e se auto propôs a levar uma caminhada, de fato, cristã, lá no plano espiritual.
Carta publicada pelo Tudo da Doutrina (2012):
Posso contar? Estou lúcida, agora. Bem mais tranqüila. Mas não sabia o que estava acontecendo. Eu acordei apavorada dentro de um lugar cinzento. Era, naquela ocasião o que via. Também não ouvia nada. Eu me percebi cheia cortes em meu corpo que não sei o que era nem sei explicar. Me sentia suja e fedendo. De repente gritei, chamei pela minha filha. Pensei logo nela após ter percebido estar em um lugar esquisito. Gritei pela minha filha.
A minha preocupação era ela… Tudo era inquietação. Não tinha noção do tempo; que horas eram, dia da semana… só pensava em minha filha. Com quem ela estava naquele momento. Nada me foi passado naquele momento. Eu parecia estar num sonho sem saber de absolutamente nada. Em algum momento, apareceu um moço que me abraçou e perguntei a ele sobre a minha filha. Depois desse abraço, não sei o que aconteceu de fato porque ele me adormeceu.
Não sabia o que estava ocorrendo comigo. Não tinha noção do tempo, de nada. Sei que adormeci profundamente. Não sabia de nada, de nada mesmo. Sei que me acordei sobre um leito de um hospital, cheia de soros e, estava lá aquele moço que me abraçou e que me fez dormir. Ele me olhava profundamente e eu sem noção do que acontecia comigo. Sabia que estava num hospital e dessa vez não tinha como perguntar sobre minha filha porque estava anestesiada.
Mas estava limpa sobre lençóis limpos. Tudo era tranquilo. Ouvia canções muito baixinhas. Não sei quanto tempo estava ali sendo cuidada. Devo ter passado muito tempo mesmo. Sei que um dia perguntei sobre o que acontecia. Aquele rapaz… aquele moço estava me ajudando. Ainda meio perdida, me sentia aliviada, me sentia bem.
Participei de algumas reuniões, mesmo estando assim. Não entendia. Depois comecei a chorar bastante. Alguém me deu um remédio, alguém me disse o que aconteceu: tinha morrido. Me desesperei e aos poucos fui me acalmando. Voltei àquele hospital e aquele moço sempre acompanhando. Foi quando perguntei sobre minha filha, sobre meus filhos e Samuel. O show marcado, o compromisso, os pagamentos…
Eu deixei a terra. Para me consolar o moço disse que foi um lapso. Todos são amparados por Deus. Aí comecei chorar e ver os testemunhos das situações que criei para chegar precocemente aqui. Ainda sinto dores, tonturas, vontade de fumar e de beber. Tudo é muito forte; pareço estar presa a carne. Voltei ao hospital após uma reunião acompanhada por esse moço, que não me disse o nome. Voltei a ser medicada e a ser ouvida.
Comecei a contar o que aconteceu. Naquele dia estava preocupada com o meu relacionamento; preocupada por estar tomando um destino artístico sozinha, depois de muito tempo com o César; preocupada com os meus filhos… tudo assim. Resolvi ligar para o namorado, meio aflita, meio duvidosa, extremamente insegura de tudo, excedi em tudo. E tudo sumiu da minha frente. Agora estou aqui sem a conclusão da minha última vida.
Estou num recomeço exaustivo; ainda doente, traumática e ansiosa. Eu pressinto meu corpo a todo instante. De vez em quando, tenho de voltar aquele hospital e procurar aquele moço, que não diz o nome, que não sei nada dele. Às vezes ele me chega e me leva. Parece um anjo, parece um homem bom. Um dia disse pra ele que sou a Elis Regina. Ele me disse: Elis? Mas quem é Elis?
Ele me disse que eu era um espírito como todos. O nome agora não me importava. Importava agora em me ajudar. E ele me ajudou. E continua me ajudando. Sinto, às vezes, incomodada pela euforia de muitos ainda me chamarem. Não é fácil carregar uma fama e depois dela continuar existindo. Isso me deixa um pouco doente. Sinto-me puxada por essa comoção… Depois que vi a realidade, precisei aprender a conviver com o NOME que deixei. Dói muito essa manifestação. Não estava e nem estou ainda preparada. Estou aprendendo, escutando muito… Aceitei a aprender. Tenho amigos aqui. Esse moço ainda não se descreveu para mim. Apenas diz que está me ajudando. E creio que há muito tempo. Ele me disse que a minha morte foi um acidente. Não tinha intenção, mas, como estou aprendendo a aceitar as lições, as disciplinas, as orientações, as medicações, ainda levarei muito tempo para reajustar minha condição mental. Todas as minha vaidades, arrogâncias, indiferenças, todas as minhas chatices; só percebi aqui. Numa análise profunda de muitas horas diárias, sem entender em que tempo estou ainda, procurei descobri todos os meus egos.
Agora tenho um pouquinho de paz. Não quero me alimentar de culpas. Aconteceu na minha vida na terra. Assimilei todas as confusões que vivenciei. Estou ouvindo muito e movida a medicações. Voltar, só Deus é quem sabe. Eu sinto saudades. Tive uma vida intensa; de luta; briga; busca; conquista. Briguei muito e muito me arrependo. Peço desculpas a todos. A Maria Betânia, principalmente. Aos meus filhos. A todos que não me entenderam. Deus me ajude. Deus ajude a todos. “A Esperança equilibrista…”
Carta Psicografada de Elis Regina
Carta publicada pelo Louren Junior (2014):
Numa demonstração de equilíbrio, posso daqui do além, trazer-lhes o testemunho da vida além do corpo físico, que os serve de envoltório quando encarnados.
Este meu discernimento, que faz que possibilite meu testemunho, foi pôr duras penas conquistado.
O torpor que envolvia meu espírito ao desencarnar era dessas coisas que só os espíritos acostumados ao socorro divino lhes poderiam explicar.
A certeza das responsabilidades das nossas ações é sem favor algo que escapa a nossa rotina. Ao tomarmos atitudes intempestivas, desaparece nosso preparo interior e nosso conteúdo moral.
E, continuaremos atados ao resgate até sua total emancipação.
No Universo os nossos mínimos atos pôr mais inconsequentes que possam parecer, tem na sua redundância o alcance do próprio desvirtuamento.
Como poderemos com equidade prover o próximo, se não contarmos com essa possibilidade de ajuda!
Nossos atos intempestivos, só não causam prejuízo a nossa evolução, como a todos que estão sob nossa responsabilidade.
Mas, apesar de tantas frustrações e atitudes inconfessáveis, resta-nos o conforto e o consolo, que somos espíritos oriundos de um Deus Bondoso e Justo…, dando-nos oportunidades como esta de aflorar-mos a responsabilidades de nossos atos, para um futuro mais consequente e responsável.
A alegria que transmitia as minhas apresentações, de fato era a minha grande arma para o sucesso, procurava que todos me acompanhassem na minha trajetória artística, que fizessem parte dessa minha jovialidade, que procurava transmitir na sua maior pureza.
Agradeço aos espíritos que abriram a minha mente e meu coração e que neste breve despertar, com a Bondade do Infinito Deus possa com a mesma alegria que transmitia nas minhas apresentações, ressarcir os danos causados ao meu espírito, postulando uma nova caminhada sinceramente cristã.
Aos amigos que temporariamente deixei no plano físico, patenteio a riqueza e a grandeza da nossa profissão, que tem muito de sutileza e de sensibilidade.
Se delas fizermos o palco para futuras empreitadas, dela também nos serviremos para a felicidade íntima e progressista de nossos espíritos.